A sociedade do Espetáculo, mesmo que subliminada.
Segundo a psicologia, mensagem subliminar é todo estímulo que é produzido abaixo da consciência, é dotada de uma arte a mais, a arte da persuasão inconsciente e é transmitida em um baixo nível de percepção auditiva e visual.
Aceitamos como se estivéssemos hipnotizados, sem nenhuma barreira consciente, dissimulada, ocultas, abaixo dos limites.
Influenciam nossas escolhas, atitudes e até motivam tomada de decisões posteriores sem nos darmos conta, entram na nossa mente como um vírus de computador, é uma violação de nossa consciência.
A nossa percepção visual pode não ver, mas a neural registra tudo ou 99% do que vê subliminarmente, é uma indução psicológica da vontade, nas logomarcas, existem cores, como as da Coca-Cola, que usa preto e vermelho. O preto indica abafado e vermelho calor então abafado mais calor dá a sensação de sede, e a grande maioria consome sem perceber.
YUNG em 1950 dizia que na arte estavam arquivos escondidos na Zona de Penumbra ou reflexões e temos diversos como exemplo os materiais de Hitler, sempre entre uma cena e outra entrava uma mulher amamentando uma criança.
A Semiótica com seu estudo geral dos signos, deixa claro que realismo nunca interessa para ninguém e que as imagens publicitárias são distorcidas de formas exageradas e que não pudéssemos entender possivelmente não teriam imagens. Assim sendo quando percebemos deixamos de lado algumas escolhas pois entendemos a sua "significação", nas artes vivuais, música, fotografia, cinema, culinária, vestuário, gestos, religião e ciencia. Constitui-se assim o saber e suas duplas faces, a semiológica ou semiótica, que é realativa ao significado e a epistemológica , a epistemologia, que se referte ao sentido das palavras. Tudo é estudado, tudo é estratégia no mundo do espetáculo, vale lembrar que, diante da sociedade e da história a neutralidade é impossível. Queiramos ou não o que fazemos implica uma ética. Toda ação é ética, só nos resta assumir com consciência essa realidade.
Todos somos uma estratégia, é preciso saber o que é real. As pessoas se identificam com imagens e acabam constituindo o todo da sua vida, mas na verdade é um todo em partículas divididas, formando uma falsa consciência.
O espetáculo capital é a acumulação que se torna imagem e nós podemos tentar mas não temos como pular fora deste mundo, nem tampouco ser reflexo disto também.
A visão está matando a fala, que deveria ser o maior recurso desta civilização, é preciso reagir e não deixar a alienação nos engolir.
A economia não governa o mundo, mas a imagem que ela compõe e enquanto isso, a vida real das pessoas se degrada neste universo especulativo.
O consumo compra e vende o trabalho onde o regionalismo cultural e o Chauvinismo ainda são os mais autênticos produtos do espetáculo. A sociedade Moderna mostra o eufemismo estampado que vende e oferece pela mídia revolução, morte, fome, lógico que uma série de falsos modelos e também de não falsos modelos.
É a divisão das tarefas e do espetáculo, o concentrado que se refere ao capital burocrático, controlador da mercadoria.
Há a possibilidade de mudança e só pessoas conscientes e críticas poderão ser úteis nesta construção.
A sociedade não faz mais nada do que se adptar aos comerciais, publicidades, ainda mais nestes tempos onde a exploração sobre nossas cabeças esta mais rápida e constante do que nunca.
Segundo Guy Debord, "O espetáculo é o discurso ininterrupto que a ordem presente faz sobre si própria, um monólogo elogioso".
Sendo assim, está na hora de darmos rítimo nesta terra quase em transe e fazermos uma releitura de tudo que estamos lendo.
É preciso aprender a relermos nestes dias de hoje. Não se explica o novo com uma linguagem velha.
Fonte: A Sociedade do Espetáculo, Guy Debord.